cirurgicos

Mastopexia

Mastopexia Dr. Breno MassahudIntrodução
A mastopexia está indicada no tratamento dos casos de ptose (queda) mamária. Esta pode ser decorrente da influência de fatores como o peso das mamas nos casos de hipertrofia mamária, idade, alterações hormonais, qualidade da pele, etc. Pode ocasionar insatisfação com a própria imagem corporal e baixa auto-estima, interferindo de forma importante na qualidade de vida das pacientes. Além disso, quando associada à hipertrofia mamária, há os sinais e sintomas que esta determina.
Nos casos em que há hipertrofia associada, a cirurgia é basicamente a mamoplastia redutora (ver descrição própria). Naqueles em que não há hipertrofia, mas há tecido mamário em quantidade e qualidade adequadas, as mamas são reestruturadas utilizando seus próprios tecidos, de modo a corrigir a ptose e melhorar suas características. Já nos casos em que a ptose ocorre em mamas cujos próprios tecidos não permitem, por si só, volume adequado, indica-se a inclusão de prótese mamária associada à cirurgia (ver descrição em “mamoplastia de aumento”)

Cicatrizes
Existem várias técnicas descritas de mastopexia, as quais podem resultar em cicatrizes de tamanho, posição e desenhos variados. Dependendo das características das mamas, como tamanho, consistência, forma e qualidade da pele, pode ser preferível determinada técnica a outra, resultando em determinadas cicatrizes. Costuma-se dizer que “as mamas terão as cicatrizes que merecem” em função das suas condições antes da cirurgia
As técnicas mais comuns deixam as cicatrizes mamárias em forma de “T” invertido ou “L” e ao redor da aréola (periareolar), sendo localizadas em áreas que podem ser encobertas pelas vestes de banho. A cicatriz periareolar tende a ficar disfarçada devido a sua situação na transição de cor da aréola para a pele adjacente e os componentes horizontais do “T” invertido ou “L”, por sua vez, tendem a ficar escondidos pela sua posição no sulco inframamário.
É importante saber que as cicatrizes passam por uma evolução natural até que sua completa maturação seja atingida. As principais fases desse processo são:
•Período imediato: vai até o 30º dia após a cirurgia. A cicatriz é fina e pouco visível. Alguns casos apresentam discreta reação aos pontos ou ao curativo.
•Período mediato: vai do 30º dia até o 12º mês. A cicatriz se apresenta transitoriamente espessada, bem como se inicia a mudança de cor, passando do mais escuro (vermelho/marrom) ao mais claro. É o período mais preocupante para a paciente. Como não podemos apressar o processo natural da cicatrização, recomendamos às pacientes que não se preocupem, pois o período tardio se encarregará de diminuir os vestígios cicatriciais.
•Período tardio: após o 12º mês. É a fase de resolução final do processo. A cicatriz começa a se tornar mais clara e macia, diminuindo as retrações e irregularidades. Qualquer avaliação de resultado da cirurgia, no tocante à cicatriz, deverá ser feita após este período.

Menos frequentemente, as cicatrizes podem sofrer um alargamento, ou tornarem-se grossas, altas e duras, formando quelóides. Estes estão relacionados à qualidade da pele e à genética da paciente e não ao modo como foi realizada a cirurgia. Também, não devem ser confundidos com as cicatrizes do período mediato, descrito anteriormente. Se ocorrerem, seu médico lhe dará a orientação e o tratamento adequados, indicando, quando pertinente, um procedimento de revisão oportuno.

Anestesia
Anestesia local com sedação, anestesia geral ou anestesia peridural, dependendo da avaliação de cada caso pela equipe cirúrgico-anestésica. Isso é discutido com a paciente, ponderando-se sobre todos os aspectos.

Duração da cirurgia
Em média de três a quatro horas. Dependendo do caso, existem detalhes que podem prolongar esse tempo. Lembra-se que o tempo de ato cirúrgico não deve ser confundido com o tempo de permanência do paciente no ambiente de Centro Cirúrgico, pois, esta permanência envolve também o período de preparação anestésica e recuperação pós-operatória. Seu médico poderá te informar quanto ao tempo total.

Período de internação
Geralmente, de 12 a 24 horas.

Pré-operatório
No pré-operatório, são realizadas orientações para que haja o máximo esclarecimento sobre aspectos técnicos, benefícios, limitações, riscos do procedimento proposto, bem como sobre os cuidados que serão necessários no pós-operatório. O cirurgião está à disposição de seus pacientes, aos quais se recomenda que tirem todas as dúvidas, para que se sintam seguros e preparados para o procedimento.

Também, são solicitados os exames complementares, conforme indicado, bem como a avaliação clínica pré-operatória (“risco cirúrgico”).

Recomendações:
•Comunicar alterações relativas ao seu estado de saúde até a véspera da cirurgia;
•Comparecer ao local da cirurgia (hospital ou clínica) no dia e horário especificados na sua guia de internação;
•Caso a internação seja no mesmo dia da cirurgia, venha em jejum, conforme a recomendação médica;
•Evitar bebidas alcoólicas ou refeições muito lautas, na véspera da cirurgia;
•Comunicar o uso de qualquer medicamento que esteja usando, pois alguns medicamentos devem ser suspensos por determinado período antes da cirurgia, conforme orientação médica. Por exemplo, devem ser evitados, por cerca de dez dias antes da cirurgia, anticoagulantes, ácido acetilsalicílico (AAS, Aspirina, etc.), Ginkgo Biloba e medicamentos para emagrecer.
•No caso de pacientes fumantes, o hábito de fumar deve ser suspenso pelo menos 30 dias antes da cirurgia;
•Não aplicar cremes no corpo a partir da véspera da cirurgia;
•Providenciar sutiã próprio, conforme indicação médica, para uso no pós-operatório;
•Programar suas atividades sociais, domésticas, profissionais ou escolares, de modo a não se tornar indispensável a terceiros, por um período de aproximadamente três a cinco dias;
•Compareça acompanhado (a) para a internação.

Pós-operatório
Além da evolução das cicatrizes (ver tópico “cicatrizes”), as mamas operadas passam, em relação à forma, pelas seguintes fases de evolução:
•Período imediato: vai até o 30º dia. Neste período, apesar de as mamas apresentarem aspecto bem melhorado, sua forma ainda está aquém do resultado planejado, pois, há alterações aparentes iniciais (inevitáveis em todos os casos), que desaparecem com o decorrer do tempo. Lembre-se desta observação: seu resultado final somente ocorrerá após o período tardio.
•Período mediato: vai do 30º dia até o 8º mês. Neste período, a mama começa a apresentar uma evolução que tende à forma definitiva, o que ocorrerá após o 8º mês. Podem ocorrer neste período aumento ou diminuição da sensibilidade do mamilo, além de maior ou menor grau de “inchaço” das mamas, cuja forma ainda está aquém da definitiva.
•Período tardio: vai do 8º ao 18º mês. É o período em que a mama atinge seu aspecto definitivo (cicatriz, forma, consistência, volume, sensibilidade). O resultado final é influenciado pelo equilíbrio entre o grau de elasticidade da pele de cada paciente e o volume resultante.

Os cuidados pós-operatórios são essenciais. Não segui-los pode trazer riscos e comprometer o resultado final. Nas mastopexias, as principais recomendações pós-operatórias são:
•Evitar esforços físicos, ambientes quentes e exposição ao sol;
•Evitar movimentos bruscos e amplos dos braços, mantendo os cotovelos junto ao tronco;
•Não dirigir e não carregar peso por um período de três ou mais semanas, conforme orientação médica;
•Deitar com o tronco elevado por almofadas e travesseiros. Não deitar de lado ou de bruços até que tenha autorização médica;
•Movimentar frequentemente os membros inferiores nos períodos de repouso para melhorar a circulação e ajudar a evitar trombose;
•Usar o sutiã próprio (sem rendas ou aros, de forma a moldar toda a mama, sendo justo ao tórax, sem, porém, estar apertado) durante todo dia, inclusive durante o sono, geralmente por 30 dias, podendo ser recomendado o uso por maior tempo, conforme as particularidades de cada caso. O sutiã só deve ser retirado para o banho, a partir da liberação pela equipe cirúrgica;
•Alimentação normal (salvo em casos especiais), não devendo realizar “dieta ou regime de emagrecimento” até liberação médica;
•Não trocar ou manipular os curativos, mesmo que haja um pequeno sangramento (que é comum e não deve ser motivo de preocupação). As trocas de curativo serão feitas pela equipe cirúrgica ou orientadas por ela;
•Banho somente com a autorização da equipe cirúrgica ou sob sua orientação;
•Seguir prescrição médica;
•Retorno ao consultório nos dias e horários programados;
•Em caso de intercorrências, como sinais de infecção (dor persistente, inchaço, vermelhidão, calor local, pus ou febre), dor intensa, sinais de hematoma (inchaço súbito, geralmente, unilateral e dor intensa), deiscência (abertura do corte) ou sangramento importante, deverá ter avaliação em pronto-atendimento e comunicar imediatamente médico assistente;
•Provavelmente você estará se sentindo tão bem, a ponto de esquecer-se de que foi operado (a) recentemente. Cuidado! A euforia poderá levá-lo (a) a um esforço inoportuno e determinar transtornos.
•Não se preocupe com as formas intermediárias nas diversas fases. Tire com o seu cirurgião plástico, e somente com ele, quaisquer dúvidas que possam advir.

No pós-operatório, algumas alterações comuns ocorrem como resposta do organismo à cirurgia e não são consideradas complicações. Dessa forma, edema (inchaço) e equimoses (coloração arroxeada na região) podem ocorrer em graus variáveis e não devem ser motivos de ansiedade para o paciente. Em caso de dúvidas é importante comunicar o médico assistente para que não haja preocupação com alterações comuns e transitórias, bem como para que não se deixe de identificar uma intercorrência que necessite de tratamento.

Curativos
Geralmente, um curativo é realizado de modo a ajudar na modelagem das mamas, sendo sobreposto por um sutiã adequado (sem rendas ou aros, de forma a moldar toda a mama, sendo justo ao tórax, sem, porém, estar apertado).

Retirada dos pontos
Geralmente, os pontos são retirados do sétimo ao décimo quarto dia pós-operatório.

Perguntas frequentes
•Ouvi dizer que algumas pacientes ficam com cicatrizes muito visíveis. É verdade?
Certas pacientes apresentam tendência à cicatrização hipertrófica ou ao quelóide. Essa tendência poderá ser avaliada, até certo ponto, durante a consulta inicial, quando lhe são feitas uma série de perguntas sobre sua história clínica e aspecto de eventuais cicatrizes existentes. Geralmente, pessoas de pele clara não tendem a ter esta complicação cicatricial; pessoas de pele morena têm maior predisposição ao quelóide ou à cicatriz hipertrófica. Isto, entretanto, não é uma regra absoluta.

•Existe correção para as cicatrizes hipertróficas e quelóides ?
Vários recursos clínicos e cirúrgicos nos permitem melhorar, no momento adequado, as cicatrizes patológicas (cicatrizes hipertróficas e quelóides). Estas não devem ser confundidas, entretanto, com aquelas do período mediato da evolução natural das cicatrizes (ver tópico “cicatrizes”). Qualquer dúvida a respeito da sua evolução cicatricial deverá ser esclarecida com o seu cirurgião, que fará a avaliação do estado em que se encontra a cicatriz.

•Como ficarão minhas novas mamas, em relação ao tamanho e consistência?
Dentro das possibilidades que a mama original nos permite, pode-se planejar o volume das novas mamas para que haja harmonia ente elas e tórax. Por meio da cirurgia, as mamas têm a ptose corrigida, além de sua forma, volume e consistência melhorados, conforme as limitações de cada caso.

•Em quanto tempo atingirei o resultado definitivo?
Apesar de o resultado imediato e mediato poderem satisfazer às pacientes, somente entre o 8º e 18º mês é que as mamas operadas atingem sua forma definitiva (ver tópicos “cicatrizes” e “pós-operatório”).

•Qual o tipo de traje de banho que poderei usar após a cirurgia?
No período mediato e tardio qualquer tipo de traje de uma ou duas peças, desde que a peça superior não fique muito justa. É claro que, após o amadurecimento das cicatrizes os maiôs poderão ser mais “generosos”, a seu critério. Nas grandes reduções mamárias, entretanto, a cicatriz horizontal é um pouco mais extensa, o que determinará a escolha do maiô que melhor disfarce sua presença.

•No caso de gravidez, o resultado permanecerá ou ficará prejudicado? Poderei amamentar?
O resultado poderá ser preservado, desde que o aumento de peso seja adequadamente controlado. Algumas pacientes poderão apresentar diminuição da sustentação da pele mamária.
Nos casos de mamas muito grandes, que foram reduzidas acentuadamente, a lactação poderá ficar prejudicada. Em casos de pequenas e médias reduções a lactação poderá ser preservada. Estudos referem até cerca de 18% de problemas de amamentação em pacientes que nunca operaram suas mamas. Assim esta dificuldade no aleitamento poderá não estar associada à cirurgia.

•O pós-operatório da cirurgia mamária é doloroso?
Geralmente não, desde que sejam obedecidas as orientações pós-operatórias, principalmente as relativas à movimentação dos braços. Eventuais incômodos são resolvidos com a utilização de analgésicos receitados por seu médico.

•Há perigo nesta operação?
Raramente a mastopexia traz sérias complicações, desde que realizada dentro de critérios técnicos adequados. O perigo não é maior e nem menor do que o existente em qualquer outra cirurgia eletiva ou mesmo em uma viagem de avião ou de automóvel ou até no simples atravessar de uma rua. Todos os cuidados são tomados para que haja o máximo de segurança para o paciente.
As principais intercorrências seriam infecção, deiscência (abertura) de pontos, necrose (morte) parcial ou total da pele das aréolas, hematomas, necrose da gordura no local dos pontos internos e as intercorrências pertinentes a qualquer procedimento cirúrgico. Pode ocorrer algum comprometimento do aleitamento materno após esta cirurgia, mas existem vários recursos para ajudá-la nestas situações. Também, nos casos de gravidez posterior, podem ocorrer alteração da forma e da elasticidade da pele e, até mesmo, formação de estrias e pigmentação das aréolas e das cicatrizes. Nestas eventualidades é fundamental manter a calma e conversar profundamente com seu médico que cuidará atentamente do seu caso. Além disso, nos casos em que se indica a mastopexia associada a inclusão de prótesse, acrescentam-se as eventuais intercorrências relativas estas, como contratura da cápsula e ruptura (ver descrição em “mamoplastia de aumento”).

•Quando tomarei banho completo?
Geralmente, após 2 a 3 dias. Alguns casos poderão determinar cuidados sobre a área operada, por determinado período, conforme necessário.

•Qual a evolução pós-operatória?
Conforme esclarecido nos tópicos “cicatrizes” e “pós-operatório”, você não deve se esquecer de que, até que o resultado almejado seja atingido, diversas fases são características deste tipo de cirurgia. Entretanto, poderá lhe ocorrer alguma preocupação no sentido de “desejar atingir o resultado final antes do tempo previsto”. Seja paciente, pois seu organismo se encarregará de dissipar todos os pequenos transtornos intermediários que, infalivelmente, chamarão a atenção de alguma de suas amigas que não se furtará à observação: “será que isto vai desaparecer mesmo?”. É evidente que toda e qualquer preocupação de sua parte deverá ser transmitida ao seu cirurgião plástico, que lhe dará os esclarecimentos necessários para sua tranquilidade.

•Quando poderei retornar aos meus exercícios?
Depende do tipo de exercício. Aqueles relativos aos membros inferiores poderão ser reiniciados entre 10 a 15 dias, evitando o “alto impacto”. Os exercícios que envolvam o tórax, geralmente devem aguardar pelo menos 60 dias.

•Qual é a evolução em longo prazo?
Alguns fatores como idade, variação do peso corporal, qualidade da pele, influências hormonais, gravidez, lactação e substituição adiposa das glândulas mamárias interferem de forma incisiva nas mamas, independentemente de terem sido ou não operadas. Com as alterações resultantes da ação desses fatores sobre as mamas, nova cirurgia poderá ser indicada no futuro.