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Transplante Capilar

Transplante capilar Dr. Breno MassahudIntrodução
O transplante capilar permite tratar alguns tipos de calvície (queda de cabelos). Incialmente devem ser diferenciadas as diferentes causas desta, pois em alguns casos o tratamento é clínico e não cirúrgico. Para esse esclarecimento e a determinação do tratamento adequado, realiza-se uma criteriosa avaliação, sendo importante, em certos casos, a avaliação dermatológica.

Geralmente, a calvície é de causa androgênica, relacionando-se a ação dos hormônios masculinos em receptores celulares localizados nos bulbos capilares. Comumente, esses receptores não estão presentes nas áreas laterais e posterior do couro cabeludo, sendo esta a razão pela qual essas regiões são preservadas na maioria dos casos.

A calvície androgência é hereditária e acomete particularmente os homens. É classificada em graus, dependendo da extensão de acometimento e, quando ocorre, pode ocasionar, além da alteração estética, piora da auto-estima, com impacto na vida profissional, social e afetiva.

A cirurgia visa ao preenchimento das áreas calvas com transplantes de fios retirados geralmente da área posterior da cabeça, onde a interferência hormonal é mínima. Os fios transplantados tendem a conservar as mesmas características da área doadora, apresentando crescimento efetivo.

Podem ser necessárias mais de uma etapa cirúrgica, principalmente nos casos de calvíce mais extensa, em que a área doadora é limitada pela distensibilidade do couro cabeludo e densidade de fios. Lembra-se, também, que, com o tempo, os fios transplantados também serão alvo do inevitável processo de envelhecimento, tornando-se mais delgados e podendo cair, o que pode tornar necessários novos tempos cirúrgicos.

Cicatrizes
Na área doadora, a cicatriz resultante situa-se, mais comumente, na região posterior do couro cabeludo e, geralmente, tem boa evolução e fica encoberta pelo cabelo. Na área receptora, as incisões para introdução dos fios são puntiformes praticamente imperceptíveis.

Anestesia
Geralmente, essa cirurgia é realizada sob anestesia local e sedação. Em casos específicos, pode ser recomendada a anestesia geral.

Duração da cirurgia
Dura, geralmente, 4 a 5 horas. Dependendo do caso, existem detalhes que podem prolongar este tempo. Lembra-se que o tempo de ato cirúrgico não deve ser confundido com o tempo de permanência do paciente no ambiente de Centro Cirúrgico, pois, esta permanência envolve também o período de preparação anestésica e de recuperação pós-operatória. Seu médico poderá te informar quanto ao tempo total.

Período de internação
Geralmente, esse procedimento é realizado em regime ambulatorial, recebendo alta no mesmo dia.

Pré-operatório
No pré-operatório, são realizadas orientações para que haja o máximo esclarecimento sobre aspectos técnicos, benefícios, limitações, riscos do procedimento proposto, bem como sobre os cuidados que serão necessários no pós-operatório. O cirurgião está à disposição de seus pacientes, aos quais se recomenda que tirem todas as dúvidas, para que se sintam seguros e estejam preparados para o procedimento.

Também, são solicitados exames complementares, conforme indicado, bem como a avaliação clínica pré-operatória (“risco cirúrgico”). Tudo é realizado com o intuito de que haja o máximo de segurança para o paciente.
Recomendações:
•Comparecer ao local da cirurgia (hospital ou clínica) no horário previsto na sua guia de internação;
•Comunicar qualquer alteração relativa ao seu estado de saúde até a véspera da internação;
•Não usar, por duas semanas antes, conforme orientação médica, medicamentos à base de AAS, anticoagulantes, corticóides de uso prolongado ou medicamentos para emagrecer, bem como Ginkgo Biloba;
•No caso de pacientes fumantes, o hábito de fumar deve ser suspenso pelo menos 30 dias antes da cirurgia;
•Tomar banho antes de ir para o hospital, lavando bem o couro cabeludo;
•Levar blusa aberta (que não necessite passar pela cabeça) para uso no pós-operatório;
•Caso a internação seja no mesmo dia da cirurgia, venha em jejum, conforme a recomendação médica;
•Compareça acompanhado(a) para a internação.

Pós-operatório
Os cuidados pós-operatórios são essenciais. Não segui-los pode trazer riscos e comprometer o resultado final. Nos transplantes capilares, as principais recomendações pós-operatórias são:
•Cabeceira elevada quando deitar;
•Evitar esforços físicos, ambientes quentes e exposição ao sol;
•Seguir receita médica;
•Retornar no dia e horário programados;
•Não molhar ou manipular o curativo inicial, quando presente, mesmo havendo pequeno sangramento (que é normal e não deve ser motivo de preocupação). A retirada do curativo deve ser feita pela equipe cirúrgica ou orientada por ela;
•Após a retirada do curativo (1º ou 2º dia), quando presente, você poderá lavar a cabeça sem esfregar o couro cabeludo, utilizando o xampu recomendado pelo seu médico. Jamais use duchas de jato forte na área operada. Use uma toalha macia para secar delicadamente, comprimindo levemente ao enxugar, sem esfregar.
•Não remover as crostas que, por ventura, formem-se na área receptora, pelo risco de remoção e perda dos fios transplantados. Essas crostas se desprendem espontaneamente com o tempo;
• Em caso de intercorrências, como sangramento, sinais de infecção (dor persistente, inchaço, vermelhidão, calor local, pus ou febre) ou deiscência (abertuda da ferida suturada) você deverá ter avaliação em pronto-atendimento e comunicar imediatamente o médico assistente;
•Em caso de dúvidas, comunicar médico assistente.
Na evolução do crescimento capilar existem três fases distintas (crescimento, queda e repouso), que são reproduzidas nos fios transplantados. Desse modo, os fios transplantados caem em até dois meses, voltando a crescer algumas semanas depois (com cerca de três meses) de forma definitiva. É uma fase de ansiedade natural que é contornada com o conhecimento das informações evolutivas da cirurgia da calvície.

No pós-operatório, algumas alterações comuns ocorrem como resposta do organismo à cirurgia e não são consideradas complicações. Dessa forma, inchaço e equimoses (coloração arroxeada na região) podem ocorrer em graus variáveis e não devem ser motivos de ansiedade para o paciente. Em caso de dúvidas é importante comunicar o médico assistente para que não haja preocupação com alterações comuns e transitórias, bem como para que não se deixe de identificar uma intercorrência que necessite de tratamento.

Retirada de pontos
Os pontos da área doadora são retirados, em geral, com 10 a 15 dias.

Curativo
Pode ou não ser realizado um curativo inicial, dependendo da preferência do cirurgião. Quando realizado, sua retirada deve ser cuidadosa para não remover os fios transplantados, sendo, geralmente, realizada pela equipe cirúrgica.

Perguntas frequentes

Há riscos com a cirurgia?

Toda cirurgia tem riscos, mas estes são geralmente previsíveis e na maioria das vezes, controláveis. A cirurgia estética, como procedimento eletivo, é uma conduta cirúrgica planejada, podendo aguardar a oportunidade ideal para ser realizada, razão pela qual os riscos sistêmicos a ela inerentes são menores.
Raramente há implicações sérias, entretanto, como todo ato cirúrgico, tem seu risco natural e os imprevistos. Tenha a certeza que tudo será feito para evitá-los, proporcionando os melhores resultados. Lembre-se que os maiores interessados nos bons resultados são o paciente e o cirurgião, e o bom relacionamento entre eles deve ser sempre procurado nas consultas.

Ouvi dizer que existem casos que ficam semelhantes a cabelo de boneca. É verdade?

Atualmente prefere-se o método de transplante com “micro e mini grafts” que traz resultados satisfatórios, ao contrário da técnica de implantação de “tufos”, que era realizada no passado e que poderia dar uma aparência de cabelo de boneca. São confeccionados enxertos de várias formas, desde aqueles com um até três ou quatro cada, obtendo-se um resultado mais natural.

Há dor após a cirurgia?

Normalmente esta cirurgia não apresenta um pós-operatório doloroso. Mesmo assim, eventuais desconfortos podem ser controlados com os analgésicos receitados.

Como é a evolução em longo prazo?

Todas as fases do crescimento capilar serão reproduzidas após a cirurgia. Logo, não fique ansioso(a) para ver os resultados antes que o organismo passe por essas fases. Cerca de três meses após a cirurgia seus cabelos começarão a crescer novamente e por volta de 8 a 12 meses você deverá apresentar um aspecto mais natural, com os fios já compridos.
Deve-se lembrar que o tempo continua a passar, independentemente da cirurgia. É claro que ela retarda o aspecto desagradável da calvície, mas tanto os fios naturais como os transplantados sofrem a ação do tempo, ficando cada vez mais finos e rarefeitos. Nova cirurgia pode ser indicada, caso isto venha a lhe incomodar, bem como em casos de calvícies mais extensas em que apenas um procedimento seria insuficiente para alcançar os efeitos satisfatórios.