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Ginecomastia

Ginecomastia Dr. Breno MassahudIntrodução
A ginecomastia se refere a “mamas com aspecto feminino” no sexo masculino. Deve-se ao crescimento da glândula mamária, do tecido gorduroso da região ou de ambos, podendo ser uni ou bilateral.
Na maioria dos casos, não está associada a doenças e se relaciona às flutuações hormonais na puberdade, na adolescência e em idosos. Porém, alguns medicamentos e problemas clínicos, como distúrbios hormonais e tumores, podem estar relacionados, devendo ser feito um detalhado exame clínico para investigação e tratamento dessas possíveis causas.
É muito frequente na adolescência e regride espontaneamente em grande parte dos casos, por volta dos 18 anos de idade. Nos adolescentes, além da investigação clínica, pode haver a necessidade de um período de acompanhamento até a completa estabilização do quadro, antes de se indicar ou programar a cirurgia.

Cicatrizes
Nos casos em que há apenas aumento glandular, sem excesso de pele, a incisão (futura cicatriz) geralmente é semicircular, contornando a metade inferior da aréola. Naqueles em que há, além do aumento do componente glandular, o acúmulo de gordura, mas sem excesso de pele, a associação da lipoaspiração pode ser indicada e, neste caso, podem ser adicionadas, conforme necessário, incisões (futuras cicatrizes) para introdução da cânulas de lipoaspiração em determinados locais.
Quando há apenas acúmulo gorduroso (pseudoginecomastia), sem aumento glandular e sem excesso de pele, a lipoaspiração pode ser indicada isoladamente e, nestes casos, as cicatrizes resultam das incisões usadas para introdução das cânulas de lipoaspiração e podem ser localizadas, conforme indicado, em áreas mais distantes e escondidas, sem a necessidade de cicatrizes na aréola.
Nos casos de ginecomastias volumosas e excesso de pele, incisões adicionais para correção do excedente de pele e de volume são necessárias e as cicatrizes resultantes terão a extensão e o padrão que for exigido pelas particularidades de cada caso.
É importante saber que as cicatrizes passam por uma evolução natural até que sua completa maturação seja atingida. As principais fases desse processo são:
•Período imediato: vai até o 30º dia após a cirurgia. A cicatriz é fina e pouco visível. Alguns casos apresentam discreta reação aos pontos ou ao curativo.
•Período mediato: vai do 30º dia até o 12º mês. A cicatriz se apresenta transitoriamente espessada, bem como se inicia a mudança de cor, passando do mais escuro (vermelho/marrom) ao mais claro. É o período mais preocupante para o paciente. Como não podemos apressar o processo natural da cicatrização, recomendamos aos pacientes que não se preocupem, pois o período tardio se encarregará de diminuir os vestígios cicatriciais.
•Período tardio: após o 12º mês. É a fase de resolução final do processo. A cicatriz começa a se tornar mais clara e macia, diminuindo as retrações e irregularidades. Qualquer avaliação de resultado da cirurgia, no tocante à cicatriz, deverá ser feita após este período.

Anestesia
Anestesia local ou peridural com sedação e, em determinados casos, anestesia geral. A escolha depende da avaliação de cada caso pela equipe cirúrgico-anestésica, sendo discutida com o paciente, ponderando-se sobre todos os aspectos.

Duração da cirurgia
Cerca de duas horas. Dependendo do caso, existem detalhes que podem prolongar esse tempo. Lembra-se que o tempo de ato cirúrgico não deve ser confundido com o tempo de permanência do paciente no ambiente de Centro Cirúrgico, pois, esta permanência envolve também o período de preparação anestésica e recuperação pós-operatória. Seu médico poderá te informar quanto ao tempo total.

Período de internação
Geralmente, de 12 a 24 horas.

Pré-operatório
No pré-operatório, são realizadas orientações para que haja o máximo esclarecimento sobre aspectos técnicos, benefícios, limitações, riscos do procedimento proposto, bem como sobre os cuidados que serão necessários no pós-operatório. O cirurgião está à disposição de seus pacientes, aos quais se recomenda que tirem todas as dúvidas, para que se sintam seguros e preparados para o procedimento.

Também, são solicitados os exames complementares, conforme indicado, bem como a avaliação clínica pré-operatória (“risco cirúrgico”).

Recomendações:
•Comunicar alterações relativas ao seu estado de saúde até a véspera da cirurgia;
•Comparecer ao local da cirurgia (hospital ou clínica) no dia e horário especificados na sua guia de internação;
•Caso a internação seja no mesmo dia da cirurgia, venha em jejum, conforme a recomendação médica;
•Evitar bebidas alcoólicas ou refeições muito lautas, na véspera da cirurgia;
•Comunicar o uso de qualquer medicamento que esteja usando, pois alguns medicamentos devem ser suspensos por determinado período antes da cirurgia, conforme orientação médica. Por exemplo, devem ser evitados, por cerca de dez dias antes da cirurgia, anticoagulantes, ácido acetilsalicílico (AAS, Aspirina, etc.), Ginkgo Biloba e medicamentos para emagrecer.
•No caso de pacientes fumantes, o hábito de fumar deve ser suspenso pelo menos 30 dias antes da cirurgia;
•Não aplicar cremes no corpo a partir da véspera da cirurgia;
•Providenciar malha compressiva, conforme indicação médica, para uso no pós-operatório;
•Compareça acompanhado (a) para a internação.

Pós-operatório
Os cuidados pós-operatórios são essenciais. Não segui-los pode trazer riscos e comprometer o resultado final. Nas cirurgias para correção das ginecomastias, as principais recomendações pós-operatórias são:
•Evitar esforços físicos, ambientes quentes e exposição ao sol;
•Evitar movimentos bruscos e amplos dos braços, mantendo os cotovelos junto ao tronco;
•Não dirigir e não carregar peso por um período de duas ou mais semanas, conforme orientação médica;
•Deitar com o tronco elevado por almofadas e travesseiros. Não deitar de lado ou de bruços até que tenha autorização médica;
•Movimentar frequentemente os membros inferiores nos períodos de repouso para melhorar a circulação e ajudar a evitar trombose;
•Usar a malha compressiva durante todo dia, inclusive durante o sono, geralmente por 30 dias, podendo ser recomendado o uso por maior tempo, conforme as particularidades de cada caso.
•Alimentação normal (salvo em casos especiais), não devendo realizar “dieta ou regime de emagrecimento” até liberação médica;
•Não trocar ou manipular os curativos, mesmo que haja um pequeno sangramento (que é comum e não deve ser motivo de preocupação). As trocas de curativo serão feitas pela equipe cirúrgica ou orientadas por ela;
•Banho somente com a autorização da equipe cirúrgica ou sob sua orientação;
•Seguir prescrição médica;
•Retorno ao consultório nos dias e horários programados;
•Em caso de intercorrências, como sinais de infecção (dor persistente, inchaço, vermelhidão, calor local, pus ou febre), dor intensa, sinais de hematoma (inchaço súbito e dor intensa), deiscência (abertura do corte) ou sangramento importante, deverá ter avaliação em pronto-atendimento e comunicar imediatamente médico assistente;
•Provavelmente você estará se sentindo tão bem, a ponto de esquecer-se de que foi operado recentemente. Cuidado! A euforia poderá levá-lo a um esforço inoportuno e determinar transtornos.
•Não se preocupe com as formas intermediárias nas diversas fases. Tire com o seu cirurgião plástico, e somente com ele, quaisquer dúvidas que possam advir.

No pós-operatório, algumas alterações comuns ocorrem como resposta do organismo à cirurgia e não são consideradas complicações. Dessa forma, edema (inchaço) e equimoses (coloração arroxeada na região) podem ocorrer em graus variáveis e não devem ser motivos de ansiedade para o paciente. Em caso de dúvidas é importante comunicar o médico assistente para que não haja preocupação com alterações comuns e transitórias, bem como para que não se deixe de identificar uma intercorrência que necessite de tratamento.

Curativos
Geralmente, são feitos curativos iniciais nos locais das incisões, sendo mantidos por cerca de 48 horas. Sobre eles coloca-se a malha compressiva, que, usualmente, deve ser usada por pelo menos 30 dias, sendo retirada apenas para o banho, após liberação pela equipe cirúrgica.

Retirada dos pontos
Geralmente, os pontos são retirados do sétimo ao décimo dia pós-operatório.

Perguntas frequentes
•Ouvi dizer que alguns pacientes ficam com cicatrizes muito visíveis. É verdade?
Certos pacientes apresentam tendência à cicatrização hipertrófica ou ao quelóide. Essa tendência poderá ser avaliada, até certo ponto, durante a consulta inicial, quando lhe são feitas uma série de perguntas sobre sua história clínica e aspecto de eventuais cicatrizes existentes. Geralmente, pessoas de pele clara não tendem a esta complicação cicatricial; pessoas de pele morena têm maior predisposição ao quelóide ou à cicatriz hipertrófica. Isto, entretanto, não é uma regra absoluta.

•Existe correção para as cicatrizes hipertróficas e quelóides ?
Vários recursos clínicos e cirúrgicos nos permitem melhorar, no momento adequado, as cicatrizes patológicas (cicatrizes hipertróficas e quelóides). Estas não devem ser confundidas, entretanto, com aquelas do período mediato da evolução natural das cicatrizes. Qualquer dúvida a respeito da sua evolução cicatricial deverá ser esclarecida com o seu cirurgião, que fará a avaliação do estado em que se encontra a cicatriz.

•O pós-operatório desta cirúrgica é doloroso?
Geralmente não. O pós-operatório de evolução normal não deve apresentar dor, desde que sejam obedecidas as orientações pós-operatórias. Eventuais incômodos são resolvidos com a utilização de analgésicos receitados por seu médico.

•Há perigo nesta operação?
Raramente a cirurgia para correção de ginecomastia traz sérias complicações, desde que realizada dentro de critérios técnicos adequados. O perigo não é maior e nem menor do que o existente em qualquer outra cirurgia eletiva ou mesmo em uma viagem de avião ou de automóvel ou até no simples atravessar de uma rua. Todos os cuidados são tomados para que haja o máximo de segurança para o paciente.

•Qual é a evolução pós-operatória?
Você não deve se esquecer de que até que o resultado almejado seja atingido, diversas fases intermediárias ocorrem. Entretanto, poderá lhe ocorrer alguma preocupação no sentido de “desejar atingir o resultado final antes do tempo previsto”. Seja paciente, pois seu organismo se encarregará de dissipar todos os pequenos transtornos intermediários que, infalivelmente, chamarão a atenção de alguém que não se furtará à observação: “será que isto vai desaparecer mesmo?”. É evidente que toda e qualquer preocupação de sua parte deverá ser transmitida ao seu cirurgião plástico, que lhe dará os esclarecimentos necessários para sua tranquilidade.

•Quando poderei retornar aos meus exercícios ?
Após cerca de 45 dias, conforme a evolução de cada caso, liberam-se as atividades físicas, como vôlei, natação e musculação.

•Em quanto tempo atingirei o resultado definitivo?
Apesar de o resultado imediato ser bom, o resultado definitivo deve ser considerado após 12 meses da cirurgia, pelo menos. Até que seja atingido, ocorrem fases intermediárias em que há edema (inchaço) variável e mudanças no aspecto das cicatrizes (ver tópico “Cicatrizes”).